30 agosto, 2009

The time traveler's wife

CLARE: Why is love intensified by absence?
Long ago, men went to sea, and women waited for them, stanting on the edge of the water, scanning the horizon for the tiny ship. Now I wait for Henry. He vanishes unwillingly, without warning. I wait for him. Each moment that I wait feels like a year, an eternity. Each moment is as slow and transparent as glass. Through each moment I can see infinite moments lined up, waiting. Why has he gone where I cannot follow?

HENRY: All my pleasures are homey ones: armchair splendor, the sedate excitements of domesticity. All I ask for are humble delights. A mystery novel in bed, the smell of Clare's long red-gold hair damp from washing, a postcard from a friend on vacation, cream dispersing into coffee, the softness of the skin under Clare's breasts, the symmetry of grocery bags sitting on the kitchen counter waiting to be unpacked. I love meandering through the stacks at the library after the patrons have gone home, lightly touching the spines of the books. These are the things that can pierce me with longing when I am displaced from them by Time's whim.
And Clare, always Clare. Clare in the morning, sleepy and crumple-faced. Clare reading, with her hair hanging over the back of the chair, massaging balm into her cracked red hands before bed. Clare's low voice is in my ear often.
I hate to be where she is not, when she is not. And yet, I am always going, and she cannot follow.

19 agosto, 2009

Love after love

"The time will come
when, with elation
you will greet yourself arriving
at your own door, in your own mirror
and each will smile at the other's welcome,

and say, sit here. Eat.
You will love again the stranger who was your self.
Give wine. Give bread. Give back your heart
to itself, to the stranger who has loved you

all your life, whom you ignored
for another, who knows you by heart.
Take down the love letters from the bookshelf,

the photographs, the desperate notes,
peel your own image from the mirror.
Sit. Feast on your life."

Derek Walcott

14 agosto, 2009

Lobgesang: Eine Symphonie-Cantate, opus 52 em Si Bemol, 1840

"Stricke des Todes Hatten uns umfangen
und Angst der Holle hatte uns getroffen
wir wandelten in Finstemis.
Er aber spricht: Wache auf!
Wache auf, der Du schlafst.
Stehe auf von den Toten,
ich will dich erleuchten!"

"As cordas da morte nos apertavam
e o medo do abismo nos atingiu,
nós vagávamos nas trevas.
Mas ele diz: Desperta!
Desperta, porque tu dormes,
emerja dos mortos,
Eu quero te iluminar!"

12 agosto, 2009

Eu não existo sem você

"Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você"

Vinícius de Morais
Na voz de Renato Braz

07 agosto, 2009

Grão de milho

"Sou pequeno feito conta
Bem menor que grão de milho
Minha terra é minha infância
Onde estou é meu exílio.

A manhã sempre madruga
Quando o corpo ainda descansa
Esquecido do seu sono
Claridade muito branca.

A preguiça não faltava
Nem sobrava esperança
Pela tarde escurecia
Vendaval de passo preto.

Nem um vento extraviado
Vem turvar o arvoredo
Nem um susto ou desejo
Me passava tanto medo.

A noitinha vinha vindo
Pelas asas dos morcegos
Uma dor se acomodava
Nas profundas do meu peito.

Não sabia que a saudade
Era triste desse jeito..."

Composição de Francis Hime
Na voz de Renato Braz

06 agosto, 2009

Quero ficar com você




"Quero ficar com você
E é tão fundo
Que eu posso dizer
Que o fim do mundo
Não vai chegar mais

Quero ficar com você
E é a glória do saber querer
Com longa história
Pra frente e pra trás

Não quero que o nosso amor
Seja um buraco no não
Mas sinal da trajetória
Da vida e da canção
Marca de queda e vitória
Na palma da mão
Sombra, memória e porvir do coração

Não deixe que o nosso amor
Seja um corisco no caos
Mas passos da liberdade
Pisando seus degraus
Feito de momentos bons
E de momentos maus
De descobertas, de ventos, velas, naus"

Composição: Caetano Veloso
Na voz de Renato Braz

05 agosto, 2009

"O amor é uma experiência conjunta entre duas pessoas (mas isso não significa que é uma experiência parecida para as duas pessoas envolvidas). Existe o amante e o amado, mas esses dois vêm de países diferentes.
(...)
O valor e a qualidade de qualquer amor é definido só pelo amante. É por isso que muitos de nós preferem amar do que ser amado. Quase todo mundo quer ser o amante.
(...)
O amado teme e odeia o amante e com a melhor das razões. Pois o amante está sempre tentando desnudar quem se ama. O amante deseja qualquer possibilidade de relação com a pessoa amada, mesmo que essa experiência possa lhe trazer apenas a dor".

extraído de The Ballad of the Sad Café
de Carson McCullers

04 agosto, 2009

Silent sea

"I was happy in my harbour
When you cut me loose
Floating on an ocean
And confused

Winds are whipping waves up
Like sky scrapers
And the harder they hit me
The less I seem to bruise

Oh when I
Find the controls
I'll go where I like
I'll know where I want to be
But maybe for now
I'll stay right here
On a silent sea"

KT Tunstall

03 agosto, 2009

Apresentação

“Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.

Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.

Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.

Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era o amor e, do outro, o esquecimento.”

Cecília Meireles
em Retrato Natural, 1949.